Thursday, November 05, 2015

Arte Nova

Fins do séc. XIX;


  • Clima espiritual e cultural denominado "Belle Époque" que irá terminar tragicamente ao eclodir a 1ª Grande Guerra;


Movimento imediatamente a seguir às Artes e Ofícios;

Nasceu na Bélgica e destacou-se na Exposição Universal de Paris, em 1989;
Declínio c.1910;
Substituida em 1925 pela Arte Deco;

Caracteriza-se por uma reacção aos Revivalismos, representa um novo estilo na arquitectura e nas artes decorativas;

O estilo Arte Nova é visível em objectos de uso comum como adornos, móveis, livros, revistas e artigos de arte aplicada.

Características:

  • Elementos inspirados na natureza (fauna e flora) minuciosamente estudados e sujeitos a caprichosas combinações aplicadas como símbolos;
  • Ausência de claro-escuro, da ilusão do espaço e do volume;
  • Elementos lineares ondulantes e sem peso;
  • Linhas curvas em forma de planta trepadeira;
  • Assimetria, alusão constante a vida vegetal, a feminilidade e a ausência de temática religiosa;
  • A mulher e as flores tornam-se os principais elementos da decoração;
  • Influência japonesa;
  • Em comum com o movimento "Arts and Crafts" - a admiração pelos elementos da natureza, coesão entre a estrutura e a decoração, no entanto, afasta-se na medida em que aceita incondicionalmente a intervenção da máquina, mas não faz uso dela;
  • Utilização de novos materiais: ladrilho cozido, ferro, betão, vidro, etc.;
  • Qualidade dos materiais;
  • Gosto por tudo o que é moderno;
  • Fascínio pela utilização da luz eléctrica;
  • Preocupações funcionalistas;
  • Carácter intelectual ligado ao simbolismo.
Apresenta correntes diferentes nos vários países: inspiram-se na linha recta ou na linha curva e contracurva.

Designações:
"Arte Nova" - Portugal;
"Modern Style" - Inglaterra e EUA;
"Art Nouveau" - Bélgica e França;
"Modernismo" - Espanha;
"Stile Liberty" ou "Stile Floreale" - Itália;
"Sezessionstil" - Áustria.




Artes and Crafts - Artes e Ofícios (Inglaterra)




  • Surge em meados do séc. XIX;
  • Foi um fenómeno quase exclusivamente britânico que vem a ter influência no grande movimento internacional entre 1890 e 1910 e que se veio a designar por Arte Nova.
    Palácio de Cristal - Exposição Universal 1851 ( Londres) 


    Na Exposição Universal de 1851, tornou-se visível o mau gosto que primava nos objectos produzidos em série, fruto da "Revolução Industrial" que apresentava a seguintes características:
  • Materiais de má qualidade;
  • Formas vulgares;
  • Exagero nos ornamentos;
  • Falta de nível estético;
  • Falta de funcionalidade.
Os teóricos William Morris e Jonh Ruskin (de formação romântica) criticaram severamente o produto produzido pela máquina.
"O que é bom é feito à mão";
"O que é mau é feito à  máquina".

Nasce, assim, o movimento "Arts and Crafts" (em Inglaterra), no círculo de amigos de William Morris relacionados com a Irmandade dos Pré-Rafaelistas (simbolistas).

O Ponto de partida é a Red House, residência de William Morris, projectada pelo arquitecto Phillip Webb, em 1861.

Red House
A Red House foi considerada uma ruptura com o passado, pois as suas características são as seguintes:

  • Recusa de conceitos académicos vigentes;
  • Inspiração em modelos tradicionais veiculados à herança gótica. Apesar de se afastar deles, através da simplificação de volumes, da utilização de materiais à vista, tijolo e materiais da região e sobretudo pela procura moderna da funcionalidade interna.
  • No design e na decoração de interiores, William Morris desenhou o mobiliário, os papeis de parede, os estofos, os pormenores decorativos. Inspirando-se mais em modelos medievais, ele inova de facto, simplificando, recriando, imprimindo qualidade técnica a todas as suas realizações, executadas por artificies especialmente escolhidos para esse fim.
Nasce o Domestic Revival - Revivalismo doméstico.
Depois dessa experiência foi fundada a firma " Morris, Marshall, Faulkner & Cª. dedicada à decoração de interiores.
Sala de desenho

Sala de estar - lareira, Red House

Características do movimento "Arts and Crafts"

  • Rejeita os processos industriais e os seus materiais;
  • Concebe e produz objectos de grande qualidade e perfeição;
  • Cria várias peças de mobiliário, desenho de tecidos e papeis de parede com padrões de base floral;
  • Condena a degradação industrial e concebe uma "arte utilitária" - arquitectura doméstica, decoração de interiores (papel de parede, tapeçarias e mobiliário). Desta forma, os produtos grosseiros da civilização industrial, criados pela máquina, seriam substituídos por produtos artesanais (arte do povo, para o povo);
  •  Simplicidade das formas: a arquitectura e o mobiliário devem ser concebidos em harmonia com os materiais e com os processos de fabrico;
  • Morris foi um educador do gosto tendo consciência de que pela arte do design poderia reformular-se, esteticamente, a sociedade (atribuição de uma função social à arte);
  • Inspiração na natureza;
  • Condena os revivalismo e a imitação de modelos históricos, opondo-se de igual modo ao ecletismo, pretendendo ainda a renovação qualitativa do artesanato contra os "falsos" objectos que a industria inglesa produzia;
  • Considera que deve existir uma unidade nas artes. A arte e os artistas devem rejeitar os processos industriais e projectar-se num passado medieval, com o recurso de materiais naturais, fabrico de peças originais e únicas - o artesanato;
  • Influências da arte japonesa.