Saturday, March 18, 2006

Arte Nova (modernismo)

Arte Nova

Arte Nova

Fins do séc. XIX

  • Clima espiritual e cultural da época denominado “Belle Époque” que irá terminar tragicamente ao eclodir a 1ª Grande Guerra.


Movimento imediatamente a seguir às Artes e Ofícios.

Nasceu na Bélgica e destacou-se na Exposição Universal de Paris de 1889.
Declínio c. 1910.
Substituída em 1925 pela Arte Deco.

Caracterizando-se por uma reacção aos Revivalismos, representa um novo estilo na arquitectura e nas artes decorativas.

O estilo Arte Nova é visível em objectos de uso comum como adornos, móveis, livros, revistas e artigos de arte aplicada.

Características:

  • Elementos inspirados na natureza (fauna e flora) minuciosamente estudados e sujeitos a caprichosas combinações aplicadas como símbolos.
  • Ausência de claro-escuro, da ilusão do espaço e do volume.
  • Elementos lineares ondulantes e sem peso.
  • Linhas curvas em forma de planta trepadeira.
  • Assimetria, alusão constante à vida vegetal, a feminilidade e a ausência de temática religiosa.
  • A mulher e as flores tornam-se os principais elementos da decoração.
  • Influência japonesa.
  • Em comum com o Arts and Crafts – a admiração pelos elementos da natureza, coesão entre a estrutura e a decoração, no entanto, afasta-se na medida em que aceita incondicionalmente a intervenção da máquina, mas não faz uso dela.
  • Utilização de novos materiais: ladrilho cozido, ferro, betão, vidro, etc.
  • Qualidade dos materiais.
  • Gosto por tudo o que é moderno.
  • Fascínio pela utilização da luz eléctrica.
  • Preocupações funcionalistas.
  • Carácter intelectual ligado ao simbolismo.


Apresenta correntes diferentes nos vários países: inspiram-se na linha recta ou na linha curva e contracurva.|

Designações:
«Arte Nova» em Portugal;
«Modern Style» em Inglaterra e nos EUA;
«Art Nouveau» na Bélgica e na França;
«Jugendstil» na Alemanha;
«Modernismo» em Espanha;
«Stile Liberty» ou “Stile Floreale" na Itália;
«Sezessionstil» na Áustria.

Belgica

Victor Horta (1861-1947)

Características:

Os seus interiores são fantasticamente trabalhados com novos materiais: ferro, vidro, madeira, etc.

A decoração e a estrutura formam um todo.

Casa Tassel (1893)

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Na casa Tassel, Van Velde uniu as artes maiores (arquitectura) com as artes menores (mosaico, vitral, carpintaria...); deu grande importância à luminosidade e à decoração.

Hôtel Tassel 1893, Victor Horta
















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O palacete Solvay (1895-1900)

e sua própria residência em Bruxelas (1898-1899),

mais tarde transformada em museu.


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Interior Palacete Solvay

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Casa do Povo em Bruxelas (1887)


Espanha

António Gaudi

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Exterior Casa Battlo


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Casa Milá


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Parque Guell


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Sagrada família

França

Hector Guimard


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Entrada do Metro de Paris (c. 1900)


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Fachada do Hotel Guimard, Paris.

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Vestibulo do Castel Béranger


Escócia

Charles Rennie Mackintosh


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Interior do Salão de Chá

Willow, em Glasgow


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Escola de Artes de Glasgow, 1896-1909


AUSTRIA

Gustave Klimt

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Friso Beethoven (1902)

Edifcio da Sezession de Viena


Joseph Maria Olbrich


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Edifcio da Sezession de Viena (1898)

Joseph Hoffmann (arquitecto austriaco)

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Palácio Stoclet, Bruxelas (1905-11)

Otto Wagner

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Casa Majólica, em Viena (1898-99)





Arquitectura Modernista nos EUA

ESCOLA DE CHICAGO

Arquitectos:

Henry Hobson richardson (1838-1886)

William Le Baron Jenney (1832-1907)

D.H. Burnham (1856-1913) e J.W. Root (1850-1891)

Adler(1844-1900) & Sullivan (1856-1924)


A Industrialização chegou mais tarde aos EUA.

No entanto produziram em série a partir de 1950.

Construíam peças pré-fabricadas para a construção em madeira.

Devido a um incêndio, houve necessidade de construir com materiais mais duráveis e resistentes.


Influência de Viollet-le-Duc.

Os edifícios começam a crescer (em Altura), utilizam ferro na sua estrutura.

Estes edifícios só surgem devido à invenção do elevador:

1º Elevador a vapor - 1858

1º Elevador eléctrico “Siemens” - 1880


Características:

Novos sistemas construtivos;

Aperfeiçoamento das estruturas em ferro;

Utilização de linhas rectas ortogonais;

Grandes vidraças (janela de Chicago);

Expressão geométrica.

Sullivan constroi edificios de grande modernidade mas nunca prescinde da decoração nos cantos das janelas.

É o arquitecto mais influente e escreve o livro “O ornamento na arquitectura”.

Arquitectura do Ferro

Séc. XIX
  • Explosão demográfica e crescimento urbano.
  • Nas cidades urge a renovação rápida do parque habitacional degradado e insuficiente, surgindo a construção em altura, que exigiu a revisão dos sistemas construtivos vigentes.
  • Com a industrialização surge a necessidade de implantação de novas infraestruturas materiais para a produção e transporte.
  • Solução: Os novos materiais e técnicas.
Revolução Arquitectural = Revolução Industrial.

A “arquitectura do ferro” inicialmente designada por “arquitectura dos engenheiros” deparou-se com problemas de aceitação.

Os arquitecto recusam os novos materiais e as novas técnicas, pretendendo manter a tradição clássica. Permanecem ligados à estética do romantismo e do neoclassicismo.
Utilizam os materiais nobres e mantêm a tradição académica.
Os engenheiros (formados pelas Escolas Politécnicas) utilizam os novos materiais nas obras públicas e utilitárias.
Estes profissionais possuem uma maior preparação cientifico-técnica, utilizam os novos materiais (ferro e vidro) para os desafios crescentes das alterações urbanísticas e dos transportes.
No entanto, observa-se, por parte de alguns arquitectos, o recurso a estruturas de ferro para resolver problemas técnicos ou, ainda, na realização de profusas decorações revivalistas, sendo, num e noutro caso, sempre devidamente cobertas ou disfarçadas.
A arquitectura começa timidamente por se servir dos novos materiais e dos seus sistemas construtivos escondendo no entanto a sua estrutura sob fachadas de pedra ou tijolo.
Os novos materiais, fruto da Revolução Industrial, são aplicados inicialmente nas oficinas de tecelagem para substituição das traves de madeira.
Desde então o mecânico substitui o pedreiro e o engenheiro o arquitecto.
Todo o desenvolvimento da civilização industrial trouxe consigo a necessidade de novas infra-estruturas como pontes e viadutos, fábricas, armazéns, estufas, mercados, pavilhões de exposições e estações de caminhos de ferro.
Com os transportes, surgem as novas vias e as pontes.
Os materiais fabricados industrialmente – ferro (associado ao vidro) e, mais tarde, o aço e o betão –, assim como as novas tecnologias permitiram o recurso à prefabricação e estandardização de peças.
A maior resistência/leveza desses materiais tornou possível a construção de edifícios de estrutura mais resistente, grandes vãos (pontes e viadutos), espaços interiores
mais amplos e iluminados por luz natural, que se puderam adaptar a diversas funções.
Até 1880, existe uma tendência para camuflar a estrutura.
Nos finais do século XIX, detecta-se uma mudança de gosto, favorecida pelas experiências realizadas nas grandes Exposições Universais, tendo sido a Torre Eiffel, em 1889, um marco indiciador desta nova atitude de aceitação e de reconhecimento das capacidades estéticas do ferro.

Ponte do Rio Severin
(Grã-Bertanha) - 1779

Projecto de Abraham Darby

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Viaduto do Garabit - 1882

Projecto de Gustave Eiffel

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Ponte de Forth
(1882-89) Escócia

Projecto de Sir Benjamin Baker

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Ponte de Sunderland (1793-96)

Projecto de Thomas Paine e Burdon



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Espaços Comerciais:


Le Bon Marché (1852)

Projecto do Arquitecto L.A. Boileau e de Gustave Eiffel

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Fachada


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Corte


Projecto de Les Halles de Victor Baltard

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A partir de 1851, com as exposições mundiais


dá-se a aceitação estética deste tipo de arquitectura


Grande Exposição Universal de Londres,


Projecto do jardinheiro Joseph Paxton (1803-1865)

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Exposição Universal de Paris
- 1889


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Galeria das Máquinas - Exterior


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Galeria das máquinas - interior


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Torre Eiffel


As Fábricas eram construidas com métodos de pré-fabricação muito avançados


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Jules Saulnier

Chocolaterie Meunier (1871-72)

Espaços Lúdicos

Biblioteca Nacional de Paris

Henri Labrouste

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Estilo Eclético

1862-1868


A Arquitectura do ferro em Portugal

No que se refere à arquitectura do ferro, Portugal conheceu diversos contributos, tantos nacionais como estrangeiros.

As industrias estrageiras como a alemã, Inglesa, a belga e a francesa fizeram várias encomendas que impulsionaram a construção de várias obras no País das mais variadas estruturas metálicas.

Salientam-se:

O Palácio de Cristal No Porto (1861-1865) ,

projecto do engenheiro Thomas Dillens Jones

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Ponte D. Maria pia, Porto

Projecto de Gustave Eiffel

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Gare de Sta Apolónia

Engenheiro francês P.J. Pézerat

Elevador de Santa Justa (1901)

Projecto Raul Mesnier de Ponsard

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Projecto do Eng. Francês

Liga a Alta de Lisboa à Baixa

O Engenheiro não possui formação artística por isso convida o arquitecto Louis Reynard.

A Obra tem uma gramática neo-gótica.

É um exemplo de uma obra realizada por um arquitecto e um engenheiro.


Antigo Mercado da Praça da Figueira, 1885

Projecto do engenheiro Manuel Maria Ricardo Correia

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Praça da Figueira - interior

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Demolido em 1949.

Critérios de Correcção do 2º Teste do 2º Período - 12º 4ª



HISTÓRIA DA ARTE
TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA(Com Consulta)
12º ANO Turma 4

Ano Lectivo 2005/06

GRUPO I

(Respostas Obrigatórias)

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Figura 1 - Amadeo de Souza Cardoso, Cozinha de Manhufe, 1913

“Eu não sigo escola alguma. As escolas morreram. Nós, os novos, só procuramos agora a originalidade. Sou impressionista, cubista, futurista, abstraccionista? De tudo um pouco.”


Amadeo Souza Cardoso, jornal O Dia , 1916



  1. Indique as caracteristicas que fizeram do Cubismo uma das mais importantes vanguardas artísticas do séc. XX.


  1. Refira a importância de Amadeo de Souza Cardoso na introdução do Modernismo em Portugal.

GRUPO II

(Respostas Obrigatórias)

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Figura 2 - Henri Matisse, Harmonia em Vermelho (1905-1909)

“Um quadro deve ser uma criação harmoniosa e estimulante encarregada de criar no espectador um estado de felicidade”


Citação de Matisse



  1. Integre a obra de Henri Matisse no contexto artístico do início do século XX.


  2. Refira as caracteristicas dos principais grupos que integraram o Expressionismo Alemão, assim como os nomes dos vários artistas plásticos pertencentes a cada um deles.

Grupo III


(Respostas obrigatórias)


1.


1.1Enuncie as principais características do Futurismo enquanto movimento artístico do início do séc. XX.


1.2Refira o nome de dois artistas plásticos portugueses que tenham integrado o Futurismo. Justifique.


Fim


Critérios de Correcção:

Grupo I
(36 pontos)


1.O Cubismo é iniciado em 1907;


Foi criado por Pablo Picasso e Georges Braque, sendo posteriormente desenvolvido por Juan Gris;


Procura uma nova forma de representação pictórica da realidade objectiva;


Tem influência de Cézanne e da arte africana (escultura);


As formas são simplificadas e existe uma procura da estrutura dos objectos.


Divide-se em três fases:




  • Cezanniana, primeira etapa do cubismo, na qual as pinturas possuem grandes superfícies planas e todos os objectos são reduzidos a formas geométricas como cones, esferas e cilindros.
  • A Analítica que decompõe os objectos e a sua relação com o espaço, observados de diferentes e sucessivos pontos de vista (introdução da dimensão tempo na pintura), traduzidos por múltiplos planos/facetas (abandono da perspectiva linear da pintura tradicional), em telas onde as cores se reduzem a tons neutros.
  • Com as colagens de materiais diversos e, ainda, dos papier-collés, inicia-se a fase final, a Sintética, em que se pretende dar uma imagem sintética dos objectos, das suas formas essenciais e da sua matéria.

O quadro é cada vez mais um objecto artístico por si mesmo, e não a representação de uma realidade que lhe é exterior. A experiência cubista teve repercussões em todos os domínios da arte. Dela partiram outras experiências, como a do Futurismo, do Orfismo, da vanguarda russa (Cubo-Futurismo), do Dadaismo e do Abstraccionismo.


2.Amadeo de Souza-Cardoso foi um dos primeiros pintores portugueses do início do séc. XX a manifestar um vanguardismo em sintonia com o que se passava em paris (onde esteve entre 1906 e 1914).


Foi autor de obras e responsável por atitudes futuristas que animavam o país entre 1915 e 1917, período que marcou o culminar do primeiro vanguardismo - movimento de excepção num meio artístico e cultural conservador que era o português.
Passou pelo entendimento do Cubismo, explorando as possibilidades expressivas do geometrismo cubo-futurista, chegou depois a manifestações precursoras do Purismo; enveredou também por experiências abstractizantes (umas próximas do Orfismo de Delaunay, outras semelhantes ao Pontilhismo de Severini), interessou-se, ainda, pelo pólo oposto do Cubismo - o Expressionismo. Conjugou, depois, a energia das formas de origem cubo-futurista e a energia das cores oriundas do expressionismo e da arte popular. Finalmente, nos seus últimos quadros, confrontou elementos de todas as linguagens experimentadas numa mistura explosiva e num humor provocatório, pelo que pode ser considerado um precursor das experiências dadaistas. Pela importância da sua obra, que fez dele o único artista português a expor nos meios vanguardistas estrangeiros (na Galeria Der Sturm, de Berlim e na Armony Show, nos EUA), poderia ter tido muito maior influência no meio artístico português do pós Primeira Guerra, não for a a sua morte prematura, em 1918.




(34 pontos)

Grupo II


1.Lider do grupo (Fauvismo) que, influenciado pelo Pós-Impressionismo (Van Gogh e Gauguin) recusa a pintura académica. Primeira exposição de Outono, em 1905. Importância da cor (tons puros) como expressão directa da emoção do pintor, afirmando a autonomia dos valores pásticos. Simplificação das formas, por influência do sintetismo.


2.Movimento com desenvolvimento na Alemanha, no início do século XX, até 1933 (ascensão dos Nazis ao poder). Alarga-se aos países nórdicos e à Áustria, tendo em França o Fauvismo como manifestação artística mais próxima. Die Bruke e Der Blaue Reiter são os dois principais grupos, representando os dois momentos fundamentais do Expressionismo Alemão. O Expressionismo assume a influência das obras de Munch e de Van Gogh. Revela uma atitude crítica perante aquilo que considera ser uma crise de valores da sociedade do seu tempo, valorizando a arte primitiva e a arte negra. A pincelada larga, as cores violentas, a simplificação das composições, a brutalização das formas, caracterizam a plástica expressionista.


Dois grandes grupos integraram o Expressionismo Alemão:


Die Brucke (A Ponte), fundado em Dresden, em 1905, muito influenciado pela pintura de Van Gogh e E. Munch,


Artistas - E. Kirchner, E. Heckel, K. Schmidt-Rottluff, Bleyl, E. Nolde;


Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), fundado em Munique, em 1911 - Wassily Kandinsky, Franz Marc, A. Macke, Gabrielle Munter, Paul Klee.



(70 pontos)

Grupo III


1.


1.1 Movimento de origem italiana que , a partir do manifesto de Marinetti, publicado em 1909 (reformulado em Paris em 1910), e como o nome indica, faz apologia do futuro, negando o passado. Importância do progresso comotemática a privilegiar (máquina, movimento, acção). Para tal, recorre à representação simultânea de diferentes pontos de vista, numa decomposição de formas e de planos que se aproxima do Cubismo, dele se diferenciando, no entanto, pelo grande dinamismo das suas composições.


1.2 Amadeo de Souza Cardoso, Almada Negreiros e/ou Santa-Rita Pintor. Justificar devidamente.



(60 pontos)



Nota:

Os critérios de correcção são comuns a todos os testes.
Estes critérios são acompanhados pelos itens de correcção que estabelecem um padrão básico dos conteúdos mais importantes a salientar em cada resposta.
Aspectos fundamentais a ter em conta:
- Enquadramento histórico/artístico;
- Valorização dos conteúdos científicos globais;
- Rigor científico;
- Valorização dos conteúdos científicos especifícos;
- Objectividade e clareza das respostas;
- Capacidade de leitura da obra e compreensão dos textos;
- Domínio da terminologia específica.




Nos testes de consulta será analisada a capacidade de sintese expressa na resposta.

Critérios de Correcção do 2º Teste do 2º Período - 12º 5ª


HISTÓRIA DA ARTE
TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA(Com Consulta)
12º ANO Turma 5 Ano Lectivo 2005/06
2º Teste - 2º Período

GRUPO I

(Resposta Obrigatória)

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Figura 1 - Giacomo Balla, Luz eléctrica


Observe com atenção a figura 1 e leia o seguinte texto.

“ Tudo se move, tudo corre, tudo muda rapidamente. Uma figura nunca aparece estática a nossa frente, mas aparece e desaparece, incessantemente. Pela persistência das imagens na retina, as coisas em movimento multiplicam-se, deformam-se, sucedendo-se
comovibrações no espaço que percorrem.
A dor de um homem é tão interessante para nós
como uma lâmpada eléctrica…”


  1. Apresente as principais propostas teóricas veiculadas pelos vários Manifestos Futuristas.

GRUPO II

(Resposta Obrigatória)



  1. “Os fauvistas distinguem-se dos expressionistas pela apresentação de propostas de índole plástica centradas na utilização da cor nos seus tons puros”.

Comente a frase, tendo em atenção as principais caracteerísticas deste movimento de vanguarda dos principios do séc. XX.

Grupo III

(Resposta Obrigatória)

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Figura 2 - Almada Negreiros, O Beijo 1915


“ Consegui, inspirado na revelação de Marinetti e apoiado no genial optimismo da minha juventude, transpor essa bitola de insipidez que se gasta em Lisboa inteira, e atingir ante a curiosidade da plateia a expressão da intensidade da vida moderna, sem dúvida de todas as revelações a que é mais distante de Portugal”

José Almada Negreiros, 1917, a propósito da 1ª Conferência Futurista (Portugal Futurista Lisboa. Contexto Editora, 1981)



1.Saliente a importância da Obra de Almada Negreiros para o Modernismo Português..

GRUPO IV
(Respostas em alternativa)

1.
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Figura 3 - Pablo Picasso, Pães e Taça com frutos sobre uma mesa, 1909

(…) Notei que a pintura tem um valor autónomo independente da descrição objectiva das coisas. Perguntei a mim mesmo se não deviam pintar as coisas como as conhecemos e não como as vemos (…).

Picasso, Cartas, 1926


1.Explique em que medida esta frase resume a problemática do Cubismo.



  1. Integre a obra da figura 3 numa das fases do Cubismo. Justifique.

    2.

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Figura 4 - Vicent Van Gogh, Retrato do pintor e poeta belga Boch, 1888


“ Não sei se alguém falou já à minha frente da cor sugestiva. Dar-te.ei um exemplo: eu vou fazer o retrato de um amigo, um artista, um sonhador: este homem será louro e eu desejo reproduzir no quadro toda a minha admiração, todo o amor que tenho por ele. Começarei, portanto, por pintá-lo como ele é, tão fielmente quando possível. Mas o quadro não fica pronto ainda. Para o acabar vou tornar-me num colorista arbitrário: exagero o louro dos cabelos e chego aos tons laranja, ao amarelo-crômio, à cor de limão clara. Por detrás da cabeça, em vez da habitual parede do quadro vulgar, pinto o infinito. Faço um fundo azul mais forte que sou capaz e ,assim, a cabeça loura e luminosa sobre o plano de fundo recebe da riqueza do azul um efeito místico, como uma estreia no azul profundo do céu.”


V. Van Gogh, citado por Walter Hess, in Documentos para a Compreensão da Pintura Moderna



1.Após observar a figura e ler o texto de Van Gogh, refira o que neles existe de ruptura com o Impressionismo.

2.Caracterize o expressionismo e refira as suas principais correntes que o integram.



Critérios de Correcção:

Grupo I (40 pontos)


1.Breve introdução ao movimento futurista.


As principais propostas teóricas veiculadas pelos Manifestos Futuristas: elogio do movimento, da velocidade, da energia (luz eléctrica, máquina); afirmação da contemporaneidade; recusa da tradição e do academismo; elogio da Guerra.




Grupo II (40 pontos)


1.Comentar a frase tendo em conta as principais características do Fauvismo - Por volta de 1905. jovens pintores desenvolvem um estilo radicalmente novo, de cor violenta e ousadas distorções. Os “fauves” tinham a uni-los um sentimento de libertação e o gosto de uma nova experiência estética: planos de cores lisas e fortes, contornos grossos, ausência de perspectiva e o sabor “algo primitivo” das formas, influenciado por Cezanne, Gauguin, Van Gogh e pela pintura japonesa.


Grupo III (40 pontos)


Almada Negreiros como o grande teórico e elemento agregador dos modernistas portugueses ligados ao Futurismo e ao grupo Orpheu, nos quais se salientaram as figuras como Amadeo de Souza-Cardoso, Santa Rita Pintor, Fernando Pessoa.
Desenvolveu uma pintura entre a Arte Nova e o Abstraccionismo, entre a modernidade futurista e as raízes portuguesas.
Tem influência do poeta Marinetti.
Expõe com os Humoristas e com os Modernistas.
Interessa-se pelo Ballet devido à permanência em Lisboa dos Ballets russos, em 1917. A sua obra também inclui a coreografia de vários bailados.

Grupo IV


1.1Entendimento do Cubismo como principal corrente artística da Modernidade, desenvolvida a partir da herança pós-impressionista de Cézanne, e como um processo de evolução ao nível teórico, plástico e técnico (fim da tradição naturalista, da representação da perspectiva tridimensional e apresentação da relação espaço/tempo através de uma nova geometria estruturante).
(40 pontos)


1.2Fase Cézanniana (1907-1909). Caracterizada pela exploração da herança de Cézanne, através da procura da estrutura oculta dos objectos e da sua decomposição em formas geométricas. Linhas de contorno quebradas. Influência da arte negra. Destruição da perspectiva renascentista.
(40 pontos)


2.1Concepção da pintura como meio de expressão de emoções, em oposição à pintura impressionista, forma de representação de sensações; “arbitrariedade” no uso expressivo da cor, em oposição à utilização científica da cor; acentuação da forma, em oposição à sua desmaterialização.
(40 pontos)


2.2Movimento com desenvolvimento na Alemanha, no início do século XX, até 1933 (ascensão dos Nazis ao poder). Alarga-se aos países nórdicos e à Áustria, tendo em França o Fauvismo como manifestação artística mais próxima. Die Bruke e Der Blaue Reiter são os dois principais grupos, representando os dois momentos fundamentais do Expressionismo Alemão. O Expressionismo assume a influência das obras de Munch e de Van Gogh. Revela uma atitude crítica perante aquilo que considera ser uma crise de valores da sociedade do seu tempo (temas), valorizando a arte primitiva e a arte negra. A pincelada larga, as cores violentas, a simplificação das composições, a brutalização das formas, caracterizam a plástica expressionista.
(40 pontos)




* nomeadamente: “Bailado de Encantamento”, “A Princesa dos Sapatos de Ferro” e “O Jardim de Pierrette”.
Na revista Portugal Futurista, editada em 1917, Almada Negreiros e o arquitecto José Pacheco anunciavam a chegada a Lisboa da companhia de dança Les Ballets Russes, que influenciariam a obra do artista. O elogio, sob a forma de manifesto muito ao gosto da época, rezava assim:
"Escuta: OS BAILADOS RUSSOS estão em Lisboa! Isto quer dizer: Uma das mais bellas étapes da civilização da Europa Moderna está na nossa terra!"
Os Ballets Russes representavam para Almada e para os futuristas uma suprema manifestação de arte incorporando nas suas criações trabalhos de artistas
como Picasso, que fazia figurinos para a companhia, os coreógrafos e bailarinos Nijinsky e Massine e ainda o compositor Stravinsky.



Nota:

Os critérios de correcção são comuns a todos os testes.
Estes critérios são acompanhados pelos itens de correcção que estabelecem um padrão básico dos conteúdos mais importantes a salientar em cada resposta.
Aspectos fundamentais a ter em conta:
- Enquadramento histórico/artístico;
- Valorização dos conteúdos científicos globais;
- Rigor científico;
- Valorização dos conteúdos científicos especifícos;
- Objectividade e clareza das respostas;
- Capacidade de leitura da obra e compreensão dos textos;
- Domínio da terminologia específica.


Nos testes de consulta será analisada a capacidade de sintese expressa na resposta.