Saturday, March 18, 2006

Arquitectura do Ferro

Séc. XIX
  • Explosão demográfica e crescimento urbano.
  • Nas cidades urge a renovação rápida do parque habitacional degradado e insuficiente, surgindo a construção em altura, que exigiu a revisão dos sistemas construtivos vigentes.
  • Com a industrialização surge a necessidade de implantação de novas infraestruturas materiais para a produção e transporte.
  • Solução: Os novos materiais e técnicas.
Revolução Arquitectural = Revolução Industrial.

A “arquitectura do ferro” inicialmente designada por “arquitectura dos engenheiros” deparou-se com problemas de aceitação.

Os arquitecto recusam os novos materiais e as novas técnicas, pretendendo manter a tradição clássica. Permanecem ligados à estética do romantismo e do neoclassicismo.
Utilizam os materiais nobres e mantêm a tradição académica.
Os engenheiros (formados pelas Escolas Politécnicas) utilizam os novos materiais nas obras públicas e utilitárias.
Estes profissionais possuem uma maior preparação cientifico-técnica, utilizam os novos materiais (ferro e vidro) para os desafios crescentes das alterações urbanísticas e dos transportes.
No entanto, observa-se, por parte de alguns arquitectos, o recurso a estruturas de ferro para resolver problemas técnicos ou, ainda, na realização de profusas decorações revivalistas, sendo, num e noutro caso, sempre devidamente cobertas ou disfarçadas.
A arquitectura começa timidamente por se servir dos novos materiais e dos seus sistemas construtivos escondendo no entanto a sua estrutura sob fachadas de pedra ou tijolo.
Os novos materiais, fruto da Revolução Industrial, são aplicados inicialmente nas oficinas de tecelagem para substituição das traves de madeira.
Desde então o mecânico substitui o pedreiro e o engenheiro o arquitecto.
Todo o desenvolvimento da civilização industrial trouxe consigo a necessidade de novas infra-estruturas como pontes e viadutos, fábricas, armazéns, estufas, mercados, pavilhões de exposições e estações de caminhos de ferro.
Com os transportes, surgem as novas vias e as pontes.
Os materiais fabricados industrialmente – ferro (associado ao vidro) e, mais tarde, o aço e o betão –, assim como as novas tecnologias permitiram o recurso à prefabricação e estandardização de peças.
A maior resistência/leveza desses materiais tornou possível a construção de edifícios de estrutura mais resistente, grandes vãos (pontes e viadutos), espaços interiores
mais amplos e iluminados por luz natural, que se puderam adaptar a diversas funções.
Até 1880, existe uma tendência para camuflar a estrutura.
Nos finais do século XIX, detecta-se uma mudança de gosto, favorecida pelas experiências realizadas nas grandes Exposições Universais, tendo sido a Torre Eiffel, em 1889, um marco indiciador desta nova atitude de aceitação e de reconhecimento das capacidades estéticas do ferro.

Ponte do Rio Severin
(Grã-Bertanha) - 1779

Projecto de Abraham Darby

image001





Viaduto do Garabit - 1882

Projecto de Gustave Eiffel

image002












Ponte de Forth
(1882-89) Escócia

Projecto de Sir Benjamin Baker

image003





Ponte de Sunderland (1793-96)

Projecto de Thomas Paine e Burdon



image004













Espaços Comerciais:


Le Bon Marché (1852)

Projecto do Arquitecto L.A. Boileau e de Gustave Eiffel

image005









Fachada


image006











Corte


Projecto de Les Halles de Victor Baltard

image007









A partir de 1851, com as exposições mundiais


dá-se a aceitação estética deste tipo de arquitectura


Grande Exposição Universal de Londres,


Projecto do jardinheiro Joseph Paxton (1803-1865)

image008

















image009









Exposição Universal de Paris
- 1889


image010









Galeria das Máquinas - Exterior


image011









Galeria das máquinas - interior


image012









Torre Eiffel


As Fábricas eram construidas com métodos de pré-fabricação muito avançados


image013











image014








Jules Saulnier

Chocolaterie Meunier (1871-72)

Espaços Lúdicos

Biblioteca Nacional de Paris

Henri Labrouste

image015








Estilo Eclético

1862-1868


A Arquitectura do ferro em Portugal

No que se refere à arquitectura do ferro, Portugal conheceu diversos contributos, tantos nacionais como estrangeiros.

As industrias estrageiras como a alemã, Inglesa, a belga e a francesa fizeram várias encomendas que impulsionaram a construção de várias obras no País das mais variadas estruturas metálicas.

Salientam-se:

O Palácio de Cristal No Porto (1861-1865) ,

projecto do engenheiro Thomas Dillens Jones

image016


image017








Ponte D. Maria pia, Porto

Projecto de Gustave Eiffel

image018










Gare de Sta Apolónia

Engenheiro francês P.J. Pézerat

Elevador de Santa Justa (1901)

Projecto Raul Mesnier de Ponsard

image019

















image020 image021

Projecto do Eng. Francês

Liga a Alta de Lisboa à Baixa

O Engenheiro não possui formação artística por isso convida o arquitecto Louis Reynard.

A Obra tem uma gramática neo-gótica.

É um exemplo de uma obra realizada por um arquitecto e um engenheiro.


Antigo Mercado da Praça da Figueira, 1885

Projecto do engenheiro Manuel Maria Ricardo Correia

image022







Praça da Figueira - interior

image023








Demolido em 1949.

No comments: